Logo que começamos a namorar, eu e minha esposa já fazíamos planos de construir uma família
unida e feliz, com filhos correndo pelo quintal de nossa casa.
Foi com muita dificuldade que conseguimos realizar nosso sonho, nos casamos e depois de sete
anos, ¨Deus¨ nos abençoou com o bem mais precioso que temos hoje em nossa vida, o Kelvin, um
menino saudável, alegre, participativo, feliz, e já estava esquecendo de dizer, peralta, muito peralta,
que saudade dessa época, isso demonstrava o quanto ele era saudável.
Lembro-me como se fosse hoje, daquela manhã de segunda-feira ( 22/09/2008 ), quando fui acordar
o Kelvin para levá-lo a escola, uma das coisas que ele mais adorava fazer era ir para a escolinha, mais
nesse dia ele estava totalmente diferente, estava tremulo, abatido, nem parecia aquele menino que
no dia anterior correu, pulou, brincou, bagunçou toda a casa, nós não acreditávamos no que
estávamos vendo, nosso menino estava totalmente apático, sem vida, levamos até o hospital de
nossa cidade Itápolis – SP, onde ele foi atendido, medicado e ficou em observação, foi liberado sem
nenhum diagnostico concreto, chegando em casa ele começou a ter crises de convulsão, uma atrás
da outra, corremos novamente ao hospital, os médicos tentaram de tudo para cessar as convulsões
mas como não foi possível, eles acharam melhor interna-lo na UTI, onde passou 04 dias, nesses dias
na UTI não houve nenhuma melhora, ele continuava com as crises de convulsões, agora com menor
intervalo entre uma e outra, não respondia aos medicamentos, as aplicações, não obtendo nenhum
resultado e sem nenhum diagnostico concreto, ele foi transferido para o hospital de base da cidade
de São José do Rio Preto, onde ficou 10 dias na UTI e depois 50 dias no quarto, e nesse tempo
nosso pequeno príncipe travava uma nova luta pela vida, pois ele perdeu a fala, o andar, o
entendimento e não conseguia mais comer, engolir, perdeu todos os movimentos.
Sem solução, sem diagnostico para caso do Kelvin o hospital base de São José do Rio Preto
resolveu transferir para o hospital do HC - Ribeirão Preto, onde ele se consulta até hoje, porém o
caso dele não tem diagnostico.
Hoje Kelvin está com 07 anos, 38 kilos e tem 1,42 de altura, como podem ver é um meninão.
Eu e minha esposa sempre tivemos muita saúde, e sempre trabalhamos fora, para poder construir e
manter nossa família, mas devido ao acontecido com o Kelvin, minha esposa teve que sair do
emprego, para poder ficar com ele, pois ele se alimenta por sonda e tem diariamente de 15 a 20
crises de convulsão, e não tem controle e nem sustentação de seu corpo.
Nossa vida sempre foi apertada quando nós dois trabalhávamos, imagine agora só eu estou
trabalhando, tenho me desdobrado para arcar com todos os compromissos que temos em nosso
lar, mas confesso que não tenho conseguido pagar as despesas de casa e do tratamento do Kelvin.
Nós temos um carro Fiat uno, o qual transporta o Kelvin de Itápolis para o HC de Ribeirão Preto, e
também para outros tratamentos que ele faz, e como nosso carro é muito pequeno e temos que ir,
eu, minha esposa que leva o Kelvin no colo, pois ela tem que segura-lo, como informei ele não tem
controle do corpo, e durante as viagens que é muito longa e totalmente desconfortável, ele se agita
e geme muito de dor, e ainda temos que levar a cadeira de rodas, essa é colocada no porta malas e
o carro segue viagem com a porta aberta, é muito triste para nós ver tudo o que aconteceu com o
Kelvin, ver ele gemendo de dor a cada vez que temos que sair de casa .
Por muitas vezes me pego, questionando “Deus”..., como isso pode acontecer com o nosso filho?,
Um menino super saudável amava ir para a escolinha, chamava a atenção quando chegávamos aos
lugares pelo o seu jeito comunicativo, e hoje é um menino totalmente dependente, que tem uma
crise de convulsão atrás da outra, não brinca mais com seus amiguinhos, passando o dia inteiro
deitado. É nessas horas de questionamento, que olho para o rosto do meu pequeno Kelvin e vejo
em seus olhos o mesmo brilho de quando o peguei no colo pela primeira vez, e é esse brilho no
olhar dele que me da força para continuar.
A minha vontade mesmo era de estar escrevendo para oferecer algo e não escrever para pedir, mas
infelizmente me encontro nessa situação e peço com toda a minha humildade se vocês podem me
ajudar.
Gostaria de ter um carro maior com porta de correr, para poder transportá-lo com um pouco mais de
conforto, é tão doloroso para nós, vermos o sofrimento dele.
Muito Obrigado
Claudemir Bonani
Contato: (16) 3262.4964 / (16) 9728.0115